sábado, 1 de janeiro de 2011

Nascimento de um assassino

"...Sem coração, somos assim. Apenas correndo em direção ao nada, fazendo o que fomos treinados a fazer e designados a ter sucesso. Não importa o sofrimento, não importa a dor que causemos, somos apenas mais um tipo de marionete desse governo sanguinário..."
       John Perkins

Enquanto a maioria das pessoas vivem suas vidas sem saber dessa realidade que cito no blog, os bancos, associados aos governos e corporações, continuam a aperfeiçoar e a expandir  as suas táticas de "guerra econômica", implantando novas bases, como o Banco Mundial e o FMI, enquanto também inventavam um novo tipo de soldado, um soldado que não usa armas e nem uniforme militar, é o nascimento do assassino econômico.

O que faz um assassino econômico?

Trabalham de muitas formas diferentes, mas a mais comum, é identificar algum país com recursos, como petróleo, por exemplo, e em seguida conseguir um empréstimo enorme para esse país através do Banco Mundial ou alguma outra organização irmã. Porém, este dinheiro nunca vai realmente para este país, ele acaba por ir para as grandes corporações para criar projetos de infraestrutura, como usinas de energia, parques industriais, portos, etc. Enfim, coisas que beneficiam alguns ricos deste país. Consequentemente, o país (o povo), acaba por ficar com uma enorme dívida. É uma dívida tão grande que não podem pagá-la, e esse é o plano.
Então, o assassino econômico vai lá, e diz: "Veja bem, você perdeu muito dinheiro, não conseguirá pagar sua dívida, então venda seu petróleo bem barato às nossas petroleiras!", ou "Deixe-nos contruir uma base militar no seu país!", ou ainda "Envie tropas para ajudar uma das nossas em algum lugar do mundo, como Iraque!". Em muitos casos, pediam para que privatizasse o sistema de água e esgoto, ou companhias de luz, vendendo para corporações americanas ou multinacionais... A essa altura, se oferecem para refinanciar a dívida, e cobram mais juros.


Exemplos práticos:

Irã, 1953

Mossadegh foi eleito democraticamente no Irã, no começo dos anos 50.
Ele era conhecido como "a esperança da democracia". Uma das questões que ele trazia e queria implementar, era a idéia de que as petrolíferas internacionais deveriam pagar muito mais ao povo iraniano pelo petróleo que estava retirando, e que o povo deveria ser beneficiado pelo seu próprio petróleo. Os poderosos nos Estados Unidos ficaram com medo de enviar as tropas para o Irã, então, tiveram outra idéia. Enviaram então um agente da CIA, e com alguns milhões de dólares ele se mostrou muito eficiente e em pouco tempo, Massadegh foi deposto...
Estabeleceu-se então, uma nova forma de manipular países e estabelecer impérios.

Guatemala, 1954

Quando Àrbens se tornou presidente da Guatemala, o país encontrava-se sob jugo da empresa United Fruit (propriedade da família Rockefeller, diga-se de passagem) e de grandes empresas internacionais...
Arbens fez correr a seguinte nota: "queremos devolver a terra às pessoas", e assim que assumiu o poder, começou a implementar políticas que fariam exatamente isso.
Os Rockefellers não gostaram muito disso, e então contrataram uma empresa de relações públicas para realizar uma grande camapanha nos Estados Unidos que convenceria o povo de que Árbens era uma marionete soviética. Naquela época, havia um grande terror na cabeça dos americanos, alienação sobre o terror vermelho, o terror comunista...
Para encurtar a história, a partir dessa campanha, surgiu um compromisso por parte da CIA e dos militares para derrubar Árbens do poder da Guatemala, e de fato, conseguiram. Depois que outro assumiu o poder, o sujeito simplesmente devolveu tudo para as mãos dos grandes corporocratas.

Equador, 1981

O Equador, durante muitos anos, foi governado por ditadores americanos, normalmente muito violentos. Estranhamente, após isso, houve uma eleição realmente democrática. Jaime Roldós candidatou-se, e o seu principal objetivo como presidente, seria garantir que os recursos do país fossem usados para ajudar o povo.
Roldós venceu com uma grande vantagem!
Os Estados Unidos enviaram alguns assassinos econômicos para impedir que Jaime Roldós implementasse suas políticas democráticas. Foi-lhe dito que poderia enriquecer e viver muito bem com sua família, se jogasse com a as regras ''deles'', mas se continuasse com essas políticas, seria assassinado... Roldós não quis ouvir, e foi assassinado.
Quando foi feita uma investigação, duas testemunhas chave morreram em um acidente de carro...

Panamá, 1981

Omar Torrijos, presidente do Panamá, era realmente um homem honesto, e pensava no bem de seu povo, quando foi-lhe enviado um assassino econômico para suborná-lo, ele respondeu o seguinte: "Olha, John (Perkins), eu não preciso do dinheiro, o que eu preciso é que meu país seja tratado com justiça, preciso que os Estados Unidos paguem o que devem ao meu país por toda destruição que causaram aqui. Preciso estar em uma posição onde possa ajudar outros países latino-americanos a tornarem-se independentes e libertarem-se desta terrível presença do norte... Deixem-me em paz! Parem de tentar me subornar!"
Lembrando que em maio deste mesmo ano, Jaime Roldós foi assassinado no Equador pelo mesmo motivo. Omar sabia que possivelmente seria o próximo.
Em junho de 1981, Omar Torrijos morreu em um acidente aéreo, que certamente foi feito por chacais apoiados pela CIA. Há evidencias de que um dos agentes entregou ao presidente, enquanto ele embarcava, um pequeno gravador que continha uma bomba.

Venezuela, 2002

É incrível como esse sistema continua o mesmo ao longo dos anos, com a diferença de que os assassinos econômicos estão ficando cada vez melhores.
Em 1998, Hugo Chávez foi eleito presidente da Venezuela, depois de uma longa sequência de presidentes corruptos, que basicamente destruiram a economia venezuelana.
Chávez enfrentou os Estados Unidos, e exigiu que o petróleo de seu país fosse usado para ajudar o povo. Então, em 2002, foi organizado um golpe, e pra todos que têm mais detalhes sobre o assunto, não resta dúvidas de que foi orquestrado pela CIA.
Basicamente, o golpe funcionou da seguinte forma: pagaram às pessoas para irem às ruas, para protestar, mostrar como o governo era impopular. Conseguindo que alguns milhares façam isso, a televisão pode fazer com que pareça que está acontecendo por todo o país, e espalhando-se. Porém, Hugo Chávez foi inteligente, e o povo estava muito do lado dele, e conseguiu superar o golpe...
Isso foi um fenômeno na história da América-Latina!


Iraque, 2003

O Iraque é um exemplo que explica muito bem o funcionamento desse sistema. Primeiro, envia-se os assassinos econômicos, tentando corromper o governo. Se falhar, como falharam no Equador e no Panamá, envia-se os chacais, que têm a o trabalho de derrubar governos e assassinar líderes, o novo governo será apenas fantoche, afinal, sabe o que aconteceria caso desobedecesse...
No caso do Iraque, ambas as estratégias falharam: os assassinos econômicos não conseguiram fazer contato com Saddam Hussein. Então, mandaram os chacais para matá-lo, mas não conseguiram, a segurança dele era eficiente, e além disso, ele já havia trabalhado para a CIA, portanto, sabia como o sistema funcionava. Então, em 1991, as tropas foram enviadas e venceram o exército iaquiano.
A paritr disso, foi presumido que Saddam Hussein mudaria de idéia. Poderiam ter assassinado-o, mas não queria perder a sua liderança.
Os americanos pensaram que ele cederia, por terem vencido o exército do Iraque, mas não foi o que aconteceu...
Mais tarde então, novamente enviaram as tropas, e dessa vez deu certo...
Após derrubá-lo, os Estados Unidos conseguiram contratos de construção civil muito lucrativos, e teve todo o domínio do petróleo...

Tendo estes exemplos, é fácil imaginar o porquê de nunca um presidente americano tentar mudar as políticas imperiais e anti-democráticas dos Estados Unidos, seria assassinado, como fizeram com John Kennedy, por exemplo...
Esse sistema opressivo só tende a crescer, se a população continuar ignorante frente a isso...


   Fontes de pesquisa:

  Documentários:
        Zeitgeist II, Addendum - Peter Joseph
        Guerra contra a democracia - John Ploer

  Livros:

       Hitler ganhou a guerra - Walter Graziano
       Confissões de um assassino econômico - John Perkins

Nenhum comentário:

Postar um comentário